A calvície

Uma das doenças mais triviais da humanidade é a queda do cabelo. É raro ver-se um homem acima dos quarenta anos com o seu tegumento craniano plenamente povoado de cabelo íntegro.

Na fronte ou no apex e nas fontes principia a branquear, porque a calvície vem conjuntamente. Mas quais são as pessoas calvas?

Geralmente pessoas ricas que comem o que elas chamam, o bom e o melhor, e trabalham mais intelectualmente que muscularmente.

Os camponeses, esses chegam a velhos com farta cabeleira porque são sábios e não se excitam com os mil atractivos da civilização.

Não há dúvida que o factor hereditário tem uma grande influência sobre esse sinal patognomónico do artritismo.

O cabelo cai por várias doenças ou enfermidades, mas principalmente porque o sangue viscoso e colâmico, não pode irrigar as artérias que alimentam os bolbos pilosos.

Convém fluidificar o sangue por um regime isento de alimentos purínicos, e, concomitantemente, auxiliar por uma massagem bem conduzida o regresso da eslasticidade das capilares.

O uso de alimentos não tóxicos e as fricções no crânio são logicamente os melhores processos de vencer a alopécia.

Mas, não dão resultado as variadas loções tanto em voga?

No dizer de quem as vende, e também no parecer de quem as usa, esses preparados são muito bons, cada o melhor.

Entretanto observa-se que os vendedores se locupletam com o dinheiro e os compradores ficam sem ele e sem cabelo.

Há várias receitas, vários pareceres, várias doutrinas explicadoras. Mas afigura-se-nos que, por mais que se faça, fora das ideias que preconizamos, nada se conseguirá de proveitoso.