Alucinações, delírios e falsas ideias

Um dos problemas mais comuns que surgem na pessoa com Alzheimer, é toda uma série de ideias, fantasias e medos que se apresentam na sua mente. Trata-se de alucinações ou ideias fantasiosas que vive e sofre a pessoa.

As pessoas com enfermidades demenciais sofrem, às vezes, duma série de condições nas quais não vivem os acontecimentos tal como são. Ainda que os diferentes tipos de ilusões ou delírios, assim como as alucinações sejam imaginárias, parecem ser muito reais e causadoras duma ansiedade extrema, inclusive pânico.

A paranóia é caracterizada por uma crença pouco realista, geralmente de perseguição, onde existe alguém mais forte que lhe quer fazer mal. As pessoas com demência podem acreditar que está alguém atrás delas para lhes fazer algo, para as agarrar e fazer-lhes mal. Também imaginam ter poderes sobrenaturais e que, mesmo assim, podem causar-lhes dano ou até matá-las.

As pessoas demenciadas tornam-se muito perspicazes, suspeitam de todos, acusando as outras pessoas de roubarem as suas coisas ou esconder seus pertences, acreditando que querem roubá-las.

Uma coisa muito comum é acusar o parceiro do lado de lhe ser infiel. Tais ideias podem conduzir as pessoas com demência a tornar-se ainda mais tímidas e resistentes a todas as tentativas que se faça para cuidar delas.

As alucinações são experiências sensoriais que não se podem verificar ou constatar e que existem apenas na mente das pessoas que as experimentam. Tais experiências podem incluir qualquer dos sentidos, mas as mais comuns são as auditivas e as visuais. As pessoas vêm e ouvem algo que simplesmente não está ali. As vozes podem ser ouvidas, as pessoas podem ver alguém embora ninguém esteja presente, ou ouvir ruídos estranhos sem que existam.

Os delírios são essas ideias que não se baseiam na realidade, mas que são pensados como certos ou verdadeiros pelas pessoas. O seu conteúdo pode centrar-se amiúde nas pessoas que lhes roubam o seu dinheiro ou outros haveres e podem manifestar-se como ideias fixas sobre as que imaginam querer fazer-lhes mal.

A demência pode fazer a pessoa perder a capacidade de reconhecer coisas, porque o cérebro chega a ser incapaz de interpretar a informação recebida. Exemplos disto são a incapacidade de reconhecer a esposa ou o marido ou a casa em que vivem.

Os problemas de memória que ocorrem neste tipo de doenças demenciais conduzem à perspicácia, à timidez, paranóia e falsas ideias. Se estas pessoas estão inconscientes de que a sua memória é pobre, então farão uma interpretação muito especial, na qual culparão alguém ou alguma coisa por tudo o que lhes acontece.

Isto é compreensível quando vivem num mundo sem memória, onde já não há esse registo de acontecimentos recentes, onde “desaparecem” as coisas, se esquecem as explicações ou se mal-entendem e as conversações não têm sentido algum.