Alzheimer esporádico

Na doença de Alzheimer esporádica, nem os factores genéticos nem os ambientais, separadamente, provocam a doença. Os factores genéticos e ambientais, associados entre si, são necessários, mas não suficientes, precisando além disso do concurso do factor envelhecimento.

A doença de Alzheimer é mais frequente nos sujeitos portadores do alelo e4 da Apo E (cromossoma 19), especialmente nos casos homozigóticos para o dito alelo.

Pelo contrário, postulou-se um efeito oposto para o alelo e2 da mesma Apo E, que desempenharia, portanto, um papel protector.

Cada vez é mais embora a evidência epidemiológica de que os factores de risco vascular (diabetes, hipertensão arterial, dislipémias, dietas ricas em gorduras…), e outros como a intoxicação crónica e ligeira por metais, como o cobre, favorecem também o desenvolvimento da doença de Alzheimer nas pessoas geneticamente predispostas.

Muitos desses factores são controláveis mediante a dieta, a manutenção dum peso corporal adequado e alguns medicamentos, o que incrementa a sua importância epidemiológica.

O mesmo pode dizer-se da chamada “Reserva Cognitiva”. Os sujeitos com maior capacidade cognitiva natural e adquirida (quociente intelectual, cultura, estudos académicos, participação em actividades intelectuais e em jogos de mesa, baile…) apresentam a doença mais tarde que os indivíduos com menos Reserva Cognitiva com igual quantidade de lesões histopatológicas cerebrais típicas da doença de Alzheimer presentes nos seus cérebros.

Duas pessoas podem ter a mesma quantidade de lesões histopatológicas da doença de Alzheimer, mas uma delas pode mostrar-se muito mais demenciada que a outra.

A ideia que há por detrás da Reserva Cognitiva é que o cérebro tenta compensar activamente a histopatologia. As pessoas podem, por exemplo, compensar-se melhor mediante a utilização de redes cerebrais alternativas, ou mais eficientes, podendo funcionar com mais normalidade, apesar da sua histopatologia.

Também se vê afectada pela idade a prevalência, que é duns 0,02% na faixa de idade entre os 30 aos 59 anos, e passa a ser duns 10,8% para a faixa compreendida entre os 80 e os 90 anos.