As glândulas sexuais - II

O pai e a mãe contribuem igualmente para a formação do núcleo da célula que gera todas as células do novo organismo. Mas a mãe dá também ao óvulo, além de metade da substância nuclear, todo o protoplasma que rodeia o núcleo; tem, portanto, um papel mais importante do que o do pai na formação do embrião.

É certo que os caracteres dos pais se transmitem pelo núcleo, mas as leis da hereditariedade actualmente conhecidas, e as teorias dos geneticistas, ainda não fizeram completa luz sobre esse problema.

É preciso recordar, quando se pensa na importância relativa do pai e da mãe na reprodução, as experiências de Bataillon e de Loeb.

Dum ovo não fecundado pode-se, por técnica apropriada, e sem intervenção do elemento masculino, obter uma rã. Um agente físico ou químico pode substituir o espermatozóide. Só o elemento feminino é essencial.

A obra do homem na reprodução é curta. A da mulher dura nove meses; durante esse tempo, o feto é alimentado pelas substâncias que lhe vêm do sangue materno depois de filtradas através das membranas da placenta.

Ao passo que o filho toma da mãe os elementos químicos que constroem os seus tecidos, ela recebe certas substâncias segregadas pelos tecidos do seu filho, substâncias que podem ser benéficas ou perigosas.

O feto é, com efeito, formado das substâncias nucleares do pai e da mãe. É um ser de origem, em parte, estranha, instalado no corpo da mulher, a qual fica submetida á sua influência durante toda a sua gravidez.

Por vezes, pode ser envenenada pelo seu filho, e o seu estado fisiológico e psicológico é sempre influenciado por ele. Dir-se-ia que as fêmeas, pelo menos entre os mamíferos, só atingem o seu pleno desenvolvimento depois de um ou mais partos.

As mulheres sem filhos são menos equilibradas e mais nervosas do que as outras. Em suma, a presença do feto, cujos tecidos diferem dos seus por serem novos, e, em parte, dos do seu marido, age profundamente sobre a mulher.

Reconhece-se, em geral, a importância que tem para ela a maternidade, que é indispensável ao seu máximo desenvolvimento.

É, portanto, absurdo, desviar as mulheres da maternidade.

Não se deve dar ás raparigas a mesma formação intelectual, o mesmo género de vida, o mesmo ideal que aos rapazes.

Os educadores precisam de ter em consideração as diferenças orgânicas e mentais do macho e da fêmea, e sua s funções naturais.

Há entre os dois sexos diferenças irrevogáveis, e é preciso tê-las em conta na construção do mundo civilizado.