Clínica - I

De imediato o seu aspecto começa a deixar de o preocupar e cada vez custa-lhe mais trabalho conseguir uma conversação, queixando-se com frequência de não saber o que ia dizer.

Começa a retrair-se, tendendo a deixar de sair e a abandonar as suas afeições habituais. Surgem episódios de desorientação espacial, que inicialmente se referem só aos lugares menos familiares.

A sua percepção da realidade é cada vez mais pobre, e o quadro evolui já com rapidez para a demência grave. Tem então dificuldades para se vestir, lavar-se, manejar talheres de maneira adequada, dorme mal, está hiperactivo (mas sem finalidade determinada), e às vezes urina na cama.

Podem surgir crises epilépticas e mioclonias, e o paciente caminha com lentidão, com o tronco flectido. Urina e defeca em lugares impróprios, apenas emite algumas palavras ininteligíveis, e tem intensos transtornos de sono e do comportamento.

Finalmente, chega a não poder andar e a não comunicar em absoluto, falecendo por causa de processos intercorrentes, sobretudo infecções diversas.

A exploração poderá ajudar a descartar outras doenças sistémicas e neurológicas, e na sua continuação devem confirmar-se os défices cognitivos recolhidos na amnésia, e determinar a sua repercussão sobre a vida social e laboral do paciente.

Devem explorar-se a orientação, concentração, memória, linguagem, praxia, função executiva…