Como o neurologista chega ao diagnóstico

Dizem alguns que também os psiquiatras lá chegam, mas penso que a última palavra deverá caber ao neurologista, no mínimo aos dois. Através de exames de neuroimagem, TAC (Tomografia Axilar Computorizada) ou RM (Ressonância Magnética) para detectar outras causas e confirmar a existência dum grau de atrofia que possa ser significativo.

• Análises para detectar doenças infecciosas, metabólicas, endocronológicas…
• Ocasionalmente um EEG, Electroencefalograma que ajuda a detectar outras demências. Por exemplo, encefalopatias metabólicas em pessoas com doenças hepáticas crónicas ou de doença de Creutzfeld-Jacob, que se popularizou como “doença das vacas loucas”.
• Exames mais sofisticados que valorizam determinados aspectos funcionais da actividade cerebral e que são de utilidade em casos incipientes ou de diagnóstico pouco claro.

Estudo genético
Não está indicado nem justificado o seu uso sistemático no estudo do diagnóstico. Deve ficar ao rigoroso critério do especialista e sugerir à família a conveniência ou necessidade de tal estudo. Salvo nos mencionados e raros casos de Alzheimer familiar, o estudo genético só constitui, para já, mais um dado, por valioso que seja certas ocasiões, mas não um elemento imprescindível para que o neurologista estabeleça o diagnóstico. Mais clara ainda é a atitude ante os pretensos estudos genéticos “preventivos” em pessoas sãs – amiúde filhos angustiados dum paciente com a doença.

Não existe nenhuma prova isolada de que, por si só, possa estabelecer diagnóstico de doença de Alzheimer. Tão-pouco é possível assegurar em vida do paciente – hoje – a não ser que se pratique uma biopsia cerebral com o conseguinte estudo anatómico-psicológico – o diagnóstico definitivo da doença: segundo critérios internacionalmente aceites, só pode falar-se de provável ou possível doença de Alzheimer. Devo acrescentar, imediatamente, não obstante, que em mãos especializadas, a fiabilidade do diagnóstico é muito mais elevada, roçando os 90% de certeza.

O papel do cuidador
Como pessoa encarregada dos cuidados duma pessoa com esta doença, também deve cuidar de si própria. Se se sente cansado ou frustrado, será menos capaz de ajudar o familiar. Peça ajuda aos demais familiares, amigos e organizações. Hoje em dia já existem instituições habilitadas a proporcionar essa ajuda. Há médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais prontos a ajudar.
Os Centros de Dia podem proporcionarão doente um ambiente consistente e uma oportunidade de socialização com outras pessoas.

Quem quiser aprender como cuidar dum familiar com a doença de Alzheimer, ou uma outra demência, um livro chamado The 36-Hour (O Dia de Trinta e Seis Horas”, John Hopkins University Press; www.press.phu.edu. , fornece explicações acerca da doença de Alzheimer e proporciona informação acerca dos recursos para pessoas que providenciem o cuidado a estes pacientes. Das ideias acerca das coisas que cada um pode fazer para lidar com estes problemas de comportamento no doente de Alzheimer. Um capítulo cobre os problemas relacionados com o temperamento e a depressão nestes pacientes. Depressãp e Doença de Alzheimer.