Demência e Alzheimer

Ainda para jovens e adolescentes

Que origina a doença de Alzheimer?

Há muitas teorias acerca da causa desta doença. Existem numerosas investigações que se levam a cabo em todo o mundo, mas infelizmente ainda não se conhece a origem ou a causa da mesma. No entanto, sabe-se que a questão genética (genes, células, cromossomas), está muito relacionada com tudo isto, assim como outros factores como pequenos enfartes no cérebro, problemas do tipo vascular, embora se estudem outros factores como os ambientais, nutricuionais, aspectos bioquímicos, vírus, questões electromagnéticas e mais factores.

Se alguém na família tem demência ou sofre de Alzheimer, a doença afecta todos os membros, mesmo não vivendo na mesma casa que o doente.

O que se passa é que ao haver uma pessoa com este problema, onde a memória parece que se foi para sempre, ou onde a memória parece uma brincadeira de mau gosto, escondendo-se sem que possamos encontrá-la, então toda esta situação pode tornar-se catastrófica; é como uma loucura cheia de nervos onde tudo é tensão e extraordinariamente desgastante.

Aqui, todos os jovens e adolescentes podem experimentar alguns sentimentos confusos e não poder acreditar no que se passa. O que, na verdade, é normal. Quando tal acontece, os mais jovens sobretudo, sentem-se contrariados e envergonhados de que seu avô, ou até seu pai, a quem muito querem, se tenha convertido num estranho total.

Que um membro da família, com demência como a de Alzheimer viva na mesma casa que um jovem, pode significar para ele muitas coisas. Talvez sinta que rapidamente os próprios pais ou familiares deixem de lhe prestar a atenção e ou cuidados que o jovem acredita deverem dar-lhe, ou que de repente lhe peçam que assuma ou tome a seu cargo certo tipo de responsabilidades.

Talvez o jovem ou adolescente sinta que não é, como antes, membro de uma família “normal”. No entanto, deve ter em conta, por si mesmo, que vale muito. E que embora possam existir outros problemas, estes não são culpa sua. Poderá sentir-se ressentido de que seus pais estejam demasiado ocupados noutras coisas e que já não têm, como antes, muito tempo para ele; mas, o jovem ou adolescente continua a ter o mesmo valor ou mais que antes.

O jovem, o adolescente, o doente e os amigos

Cuidar de um familiar com demência ou Alzheimer, seja o pai, o avô, o tio, poderá fazer com que ele sinta, tal como o jovem, incómodos, já que não é natural que um jovem ou adolescente tente cuidar dele.

Isso talvez o ponha mais tenso, mais angustiado e mais preocupado ou cansado. Às vezes, também tudo isso o torna meio néscio e resmungão. O jovem deve ser compreensivo e tolerante e tentar compreender a sua condição e sentimentos.

Por outro lado, certamente, muitas vezes, o jovem não quererá que seus amigos vão lá a casa, porque se envergonham ou sentem pena pelo que se passa, tendo em sua casa uma pessoa que, diga-se claramente, não está bem da “mona” ou que sofre de demência, chame-se ou não Alzheimer.

Quanto mais conhecer sobre essa doença, melhor entenderá. Então, poderá explicar melhor a seus amigos. E, talvez todas estas situações que de repente se apresentam, poderão causar-lhe pena, mas de algum modo será como antes.

Actividades que os jovens podem fazer com o doente

Há muitas. Coisas simples, seguras, que não impliquem riscos; podem ser coisas que possam ser feitas com um irmão mais novo. Por exemplo, as tarefas que obrigam, a repetições podem ser uma das opções, tais como guardar ou dobrar roupa acabada de lavar, pentear o cabelo da pessoa doente, rasgar papéis que já não prestem, ajudá-la a andar pela casa, levá-la até ao jardim, regar plantas. Dar de comer ao gato, ao cão ou aos pássaros. Muito frequentemente as pessoas com demência podem recordar coisas que aconteceram há muitos anos. Convidá-la a que vejam juntos um álbum de fotografias da família, que indique quem está ali, ou pôr uma música e cantar com ela velhas canções que lhe possam recordar e trarão belas recordações.
Não esquecer, todavia, que a pessoa só poderá, no máximo, talvez até menos, entre 20 a 30 minutos. Pare, mude de actividade se acredita que começa a cansar-se e a ficar nervosa ou ansiosa e distraída.
Lembre-se também que, ainda que ela não o possa reconhecer, o seu amor e compreensão pode ser de grande alívio e consolo para ela. Abraçá-la, dar-lhe um beijo, fazer-lhe uma carícia, pegar-lhe na mão, são coisas que funcionam bem. A melhor ajuda que pode oferecer é dar-lhe segurança e fazer-lhe saber que se preocupa com ela.

• Ter calma e paciência.
• Ser carinhoso.
• Comprometer-se.
• Ser compreensivo.
• Ajudar nas tarefas de casa.
• Explicar aos amigos o que se passa; não ter pena, porque eles compreenderão.

Não discutir com o doente. Além disso, nunca aceitará nem compreenderá que está errado. Compreender que o seu mau humor se deve à sua doença e que os seus momentos de cólera ou perrices não são para aborrecer ninguém. A sua má disposição é resultado da doença e não pode ser algo que lhe faça ou diga. O melhor a fazer, se tal acontecer, é sair devagar do quarto ou da sala e voltar quando o ânimo estiver melhor.

Deve compreender que todos os sentimentos que o invadem são normais. Olhar para o pai ou avô assim, com quem passou momentos felizes e agradáveis significa uma grande perda.

Recorde-se que de repente, ele poderá não saber quem é nem quem é ele mesmo. Isto é doloroso, mas o jovem é forte e vai saber fazer tudo. Não esqueça que, se a pessoa chega a gritar-lhe ou fazer coisas estranhas, deve manter a calma, respirar fundo, aguentar e ter fé em si. Lembre-se que ela está mal do cérebro. Pobre. Não sabe o que faz. A sua mente é como se andasse noutro mundo; vê coisas e ouve ruídos que não existem. Faz coisas que até dão riso…muitas coisas mesmo. Não se preocupe demasiado. Todas elas estão para além do seu controlo. Não a culpe pelo que se passa, tente simplesmente compreendê-la e continue a sua vida.