Há algum tratamento?

Embora não existam tratamentos para reverter ou deter o processo da doença, na maioria dos casos de demência os pacientes podem beneficiar, até certo ponto, de tratamentos com medicamentos disponíveis nas farmácias e outras medidas, tal como a capacitação cognitiva.

Actualmente, há medicamentos disponíveis específicos para tratar a doença de Alzheimer e outros tipos de demência progressiva. Apesar de estes medicamentos não deterem a doença nem reverterem os danos cerebrais existentes, podem melhorar os sintomas a atrasar o progresso da doença. Podem melhorar a qualidade de vida do paciente e aliviar a carga aos seus cuidadores. Também se investiga se estes medicamentos poderão servir para tratar outros tipos de demência.

Muitas pessoas com demência, sobretudo as que estão nas fases iniciais, podem beneficiar realizando tarefas que foram desenhadas para melhorar o seu rendimento em áreas específicas do funcionamento cognitivo. Por exemplo: por vezes, às pessoas pode-se ensinar a usar elementos de ajuda para a memória, tais como os aparelhos computorizados e os mnemónicos, que ajudam a recordar, assim como técnicas para apreender a tomar apontamentos.

A modificação do comportamento – premiar o comportamento apropriado ou positivo e ignorar o que é desapropriado – também pode ajudar a controlar comportamentos inaceitáveis ou perigosos.

A maioria dos medicamentos aprovados actualmente pela Administração de Alimentos e Drogas dos Estados Unidos, para uso em pacientes com a doença de Alzheimer, estão dentro duma categoria chamada inibidores da colinesterasa. Estes medicamentos atrasam a decomposição do neurotransmissor acetilcolina, que é reduzido em pessoas com a doença de Alzheimer.

A acetilcolina é importante para a formação das memórias e é utilizada no hipocampo e no córtex cerebral, duas regiões do cérebro afectadas pela doença de Alzheimer.

Muitos estudos demonstraram que os inibidores da colinesterasa ajudam a atrasar a deterioração das funções mentais associadas à doença de Alzheimer, e que podem ajudar a diminuir problemas de comportamento e melhorar a capacidade para o desempenho das tarefas diárias. No entanto, nenhum destes medicamentos detém ou reverte o avanço da doença de Alzheimer.

Um outro medicamento também foi aprovado para uso nos Estados Unidos. À diferença doutros medicamentos usados para a doença de Alzheimer, que afectam os níveis da acetilcolina, este medicamento opera mediante a regulação da actividade dum neurotransmissor chamado glutamato, que desempenha um papel na aprendizagem e na memória. A sua actividade vê-se, por vezes, interrompida na doença de Alzheimer.

Devido a que este medicamento opera de modo diferente aos inibidores da colinesterasa, combiná-lo com outros medicamentos para tratar a doença de Alzheimer poderia ser mais efectivo que o uso duma só terapia. Em estudo clínico controlado, verificou-se que os pacientes que recebiam essa mistura tinham melhor capacidade de cognição e doutras funções que os pacientes que recebiam apenas um medicamento.