Produtos nocivos

A carne

Matar para comer não é, para o homem, o processo ideal de encontrar alimento. O lobo mata o cordeiro e o milhafre a pomba, por instinto e por determinante dos seus aparelhos digestivos.

Mas o homem não pode derrubar o pacífico boi sem usar de instrumentos cruéis, nem tão-pouco utilizar os seus despojos cadavéricos sem o artifício do fogo, salvo casos excepcionais de extrema aberração.

O homem só come a carne embalsamada e preparada por mil artifícios, salgada com o ruinoso cloreto de sódio, cheia de pimenta, de colorau, de sebo derretido, de vinagre, etc.

Para o homem poder utilizar os cadáveres dos animais, que fere sempre à traição numa luta inglória, seja de caça ou de pesca, da espera na emboscada ou após a castração, como acontece com os bois, com os porcos e com os cavalos, é necessário cozer, fritar, assar ou guisar esses restos das suas vítimas, sejam músculos ou vísceras, para satisfazer o paladar e os sentidos.

Apesar disso, a humanidade tem vindo desde séculos a lesar a sua natureza. Basta considerar que a raça humana degenera a olhos vistos, atrofia-se, estigmatiza-se e adoece para morrer cedo…

A causa principal desse desequilíbrio é o uso da carne que envenena e corrompe o sangue, tornando-o carregado de materiais mórbidos, os quais vão alterar, modificar e viciar as células que constituem o nosso corpo.

Da intromissão no nosso aparelho digestivo de substância cárnea, atentado que se pratica desde a infância até à velhice, resultam males sem número, derivados de toxinas várias, que têm a sua origem na decomposição após a morte dos pobres animais.

E, todavia, o homem acaricia, engorda e enche de cuidados alguns desses seres para depois lhes saltar no gasganete com um afaça ou outro instrumento, a fim de os trucidar, e fazê-los em postas, com machadas, serras e facas.

Já basta de chacina!

A ciência moderna declara que o homem é similar de contextura não ao omnívoro como o porco, nem ao carnívoro como o lobo, nem ao herbívoro como a ovelha, mas aos frugívoros como os antropomorfos.

Assim o demonstram Cuvier, Haeckel, Lamark, Darwin… Para encontrar a marcha degenerativa no declínio da humanidade, impõe-se a todo o transe o abandono da alimentação sarcófila, excitante e modificadora da integridade protoplásmica das células humanas.

A razão, de braço dado com a ciência, indica o caminho único a seguir na vida, quanto à maneira de nos alimentarmos, é utilizar os produtos que nos oferece o reino vegetal.

Esse sacrifício, aparente apenas no princípio da reforma, é compensado amplamente na vida com benefícios sem número, económicos, sociais, higiénicos e profiláticos.

Matar para comer é, a todos os respeitos, um acto canibalesco. Chegou a hora de pôr um dique a tanto desvario! Comer carne é um suicídio. Os frutos e os outros alimentos vegetais curam quem sofre, e previnem futuras doenças.