Como se estabelece o diagnóstico

O que fazer quando se pensa que um familiar pode ter a doença?
Em primeiro lugar deve tranquilizar-se os que alguma vez pensaram, já cumpridos os 40 ou 50 anos, ao comprovar terem esquecimentos que podem estar a desenvolver a doença de Alzheimer, dizendo-lhes ser improvável que assim seja. Já se viu que um paciente não reconhece as suas falhas e suas consequências.

Quando entramos na sala ou no quarto à procura de qualquer coisa e saímos sem saber que diabo era, quando perdemos os óculos ou as chaves três vezes numa manhã, quando pela rua encontramos alguém que nos saúda afavelmente e devolvemos a saudação sem fazer a menor ideia de quem seja, preocupamo-nos.

Pois bem, esta preocupação é quase uma garantia de que não estamos a começar a ter uma demência. É provável que estejamos demasiado cansados, talvez deprimidos, que façamos demasiadas coisas ao mesmo tempo ou, simplesmente, que estejamos a envelhecer, por muito que nos custe. De resto tudo está bem. De tudo o que se acaba de dizer, só é importante destacar as depressões, que há que descobrir, admitir e tratar energicamente. Qualquer pessoa deprimida tem, com toda a certeza, problemas de memória.

Mas se um familiar ou pessoa próxima tem problemas de memória sérios, que realmente interferem na sua vida normal e, sobretudo, se nos apercebemos de que são progressivos, só resta a fazer uma coisa: consultar o médico.
Deve descartar-se a doença de Alzheimer mas, o problema tem que ser bem estudado porque, quando começam os transtornos de memória, pode haver outras causas e muitas delas tratáveis.

Depressão: às vezes é difícil identificar num, ancião, porque não se manifesta com os sintomas típicos como o choro, ideias de suicídio…, mas de modo mais subtil, como a apatia, mau humor, retraimento, agressividade ou sintomas físicos vagos que, investigados não revelam nenhuma doença orgânica. Por exemplo, dor de cabeça, enjoo, dor generalizada, instabilidade…

Medicamentos sedativos e fármacos para combater a insónia ou a ansiedade, com nomes comerciais bem conhecidos, assim como muitos outros produzem uma importante perda de memória, sobretudo no ancião.
O médico sempre deve considerar esta possibilidade ante um paciente com transtornos da memória, mas é bom que se dê a conhecer este possível efeito adverso de alguns medicamentos.

Tóxicos: um que se destaca de forma importantíssima é o álcool. Todo o consumidor de importantes quantidades continuadas de álcool têm problemas da memória, mas além disso, há doenças cerebrais que só se vêm em alcoólicos, sobretudo se além disso estão mal alimentados. O alcoolismo é um problema muito mais corrente do que possam crer alguns e em particular nos anciãos, às vezes porque foram bebedores crónicos, às vezes porque adquiriram o hábito em fases avançadas da vida na consequência da solidão, na perda do cônjuge, nas doenças incuráveis que se vêm obrigados a suportar…