Perspectiva histórica

A demência conhecida como doença de Alzheimer conta já com mais dum século de história como entidade clínica individualizada. Em Novembro de 1901 ingressou uma paciente de 51 anos de idade no hospital de Frankfurt, com um apelativo quadro clínico com cinco anos de evolução.

Após ter começado com um declínio atípico, a paciente tinha sofrido uma rápida perda de memória acompanhada por alucinações, desorientação espaço/temporal, paranóia, transtornos comportamentais e um grave transtorno da linguagem.

Foi primeiro estudada por Aloïs Alzheimer e depois por diversos outros médicos. Veio a falecer em 1906, tendo como causa da morte uma setpticémia secundária a úlceras por pressão e pneumonia.

Alzheimer procedeu ao seu estudo histológico e, a 4 de Novembro de 1906 apresentou a sua observação anatómico-clínica, descrevendo as placas senis, óvulos neurofibrilares e alterações arterioscleróticas cerebrais.

Em 1911, Alzheimer descreve o seu segundo caso, data em que aparece também uma revisão publicada por Fuller, com um total de 13 pacientes com doença de Alzheimer, com uma média de idades de 50 anos e uma duração média de vida na doença de 7 anos.

As lesões histopatológicas do cérebro da primeira paciente de Alzheimer puderam ser estudadas de novo e publicadas em 1998 na revista Neurogenetics.

Neste trabalho encontraram-se lesões microscópicas vasculares, existindo somente placas amilóides e óvulos neurofibrilares, lesão esta últimas descrita pela primeira vez por Alzheimer neste cérebro.