A doença - II

Tal modificação não se deve unicamente à diminuição das doenças infecciosas, mas também às transformações que sobrevieram na constituição dos tecidos e dos humores sob a influência das novas maneiras de existência.

A susceptibilidade do organismo às doenças degenerativas aumentou. Afectam-no os choques nervosos e mentais que sofre continuamente, as substâncias tóxicas que os nossos órgãos fabricam nas suas perturbações funcionais e as funções mentais e fisiológicas essenciais.

Já não recebe dos alimentos mais comuns as mesmas substâncias nutritivas que outrora recebia. Tudo foi modificado, embora conservando a sua aparência familiar, devido à sua produção em massa e às técnicas de comercialização.

Os adubos químicos, aumentando a abundância das colheitas e empobrecendo o solo de certos elementos que não substituem, alteraram a constituição dos cereais…

As galinhas foram forçadas, por meio duma alimentação artificial, à produção, em massa, dos ovos. A qualidade desses ovos não será diferente?

O mesmo acontece com o leite das vacas todo o ano encerradas em estábulos, e alimentadas com produtos manufacturados.

Além disso, os higienistas não deram atenção suficiente á génese das doenças.

Os seus estudos sobre a influência do modo de vida e de alimentação no estado fisiológico, intelectual e moral dos homens modernos, são superficiais, incompletos e de duração demasiado pequena, contribuindo assim para o enfraquecimento do nosso corpo e do nosso espírito.

E deixam-nos expostos aos ataques das doenças degenerativas.

Não podemos compreender as características destas doenças sem termos considerado a natureza das nossas actividades mentais.

Tanto na doença como na saúde, corpo e consciência, embora distintos, são inseparáveis.


PS: Continuamos a agradecer a participação que nos têm dado e estamos certos continuarão a dar.