O cuidador - I

Diz-se frequentemente que a doença de Alzheimer é uma doença de toda a família, porque a angustia permanentemente, ao presenciar como se deteriora lentamente um ente querido, o que afecta todos de igual modo. Portanto, o tratamento integral deve responder às necessidades de toda a família.

Isso inclui o apoio emocional e, a orientação psicológica e os programas educacionais sobre a doença de Alzheimer para os pacientes e seus familiares, que se esforçam para lhes oferecer um ambiente seguro e cómodo em casa.

Graças à informação disponível, os cuidadores podem aprender a controlar os comportamentos indesejáveis, melhorar a comunicação e garantir a segurança do paciente.

As investigações mostram que os cuidadores beneficiam nos grupos de formação e apoio, e que a participação nos ditos grupos lhes permite cuidar mais tempo dos seus entes queridos na sua própria casa.

O papel do cuidador vai mudando ao longo do tempo, à medida que se vão modificando as necessidades do paciente com Alzheimer ou outra demência. As seguintes sugestões podem ajudar os cuidadores a preparar-se para o futuro.

Na etapa inicial da doença de Alzheimer, tanto o cuidador como o paciente podem adaptar-se ao diagnóstico e fazer planos para o futuro:

• Aprendizagem – quanto mais o cuidador saiba sobre a doença de Alzheimer, mais fácil lhe será atender ao cuidado ao paciente. Aprender tudo o que puder sobre as etapas inicial e intermédia, não se preocupar com a etapa avançada.
• Uma boa maneira de aprender e entender as suas próprias experiências, consiste em encontrar outros cuidadores com os quais possa trocar impressões e experiências.
• Uma das coisas mais difíceis de aprender é diferenciar entre a doença e o ente querido. Sobretudo na etapa inicial, os cuidadores podem chegar a pensar que o paciente “está a fazer isto para chatear” ou “fá-lo por pura maldade”. Em tais casos, em geral, o comportamento que incomoda o cuidador é um resultado da doença e não o interesse do paciente em chatear o cuidador.

• Apoio emocional – O diagnóstico pode ser um choque demolidor para o paciente e para o cuidador. É muito importante obter o apoio emocional necessário, seja por intermédio da terapia, num grupo de apoio ou outros membros da família.

• O objectivo é criar um sistema de apoio emocional que cresça e evolua dentro de cada um, à medida que se vão ampliando e transformando as funções do cuidador e os desafios originados por esse papel.