Demência - doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer é hoje a causa de demência em pessoas com mais de 65 anos ou mais. Os especialistas crêem que pelo menos 4 milhões de pessoas, nos Estados Unidos, sofrem da doença: uma em cada dez pessoas, com mais de 65 anos, quase metade das de 85 anos sofre de Alzheimer. Todos os anos, pelo menos 360 mil norte-americanos são diagnosticados com esta doença e segundo foi publicado, umas 50 mil pessoas morrem anualmente com Alzheimer.

Na maioria dos casos, os sintomas aparecem depois dos 60 anos. No entanto, há formas de início precoce, geralmente devido a um defeito genético.

A doença de Alzheimer causa, geralmente, uma diminuição gradual das actividades cognitivas, usualmente durante um período de 7 a 10 anos. Quase todas as funções cerebrais, incluindo a memória, o movimento, a linguagem, o juízo, o comportamento e o pensamento abstracto acabam por ser afectadas.

A doença de Alzheimer caracteriza-se por anormalidades no cérebro: as placas amilóides e as redes neurofibrilares. As placas, localizadas no meio das células nervosas, são aglomerações formadas por uma proteína chamada beta amilóide, juntamente com bocados de neurónios degenerados e outras células.

As redes neurofibrilares são nódulos de filamentos retorcidos que se encontram dentro dos neurónios. Estas redes são compostas quase inteiramente por uma proteína chamada tau. Nos neurónios sãos, esta proteína ajuda no funcionamento dos microtúbulos, que são a parte do apoio estrutural da célula e que distribuem substâncias através da célula nervosa. No entanto, na doença de Alzheimer, a proteína tau é alterada, torcendo-se para se converter em pares e filamentos helicóides que se agrupam, formando redes. Quando isto ocorre, os microtúbulos não podem funcionar adequadamente e desintegram-se. Este colapso do sistema de transporte do neurónio pode dificultar a comunicação entre eles, causando a sua morte.

Os investigadores desconhecem se as placas amilóides neurofibrilares são apenas efeitos secundários do processo da doença que danifica os neurónios e conduz aos sintomas da doença de Alzheimer. Mas sabem que as placas e as redes, geralmente, aumentam no cérebro à medida que a doença de Alzheimer avança.

Nas etapas iniciais da doença de Alzheimer, os pacientes podem sofrer uma deterioração da memória, lapsos de critério e subtis alterações da personalidade.

À medida que a doença progride, pioram os problemas da memória e da linguagem e os pacientes começam a ter dificuldades no desempenho das suas actividades da vida quotidiana.

Começam também a ter problemas de visão e do espaço, como por exemplo, transitar pela casa ou por ruas conhecidas. Podem desorientar-se com respeito aos lugares e no tempo e podem sofrer de delírios; por exemplo, ter a impressão de que alguém os está a roubar, ou que o marido ou a esposa está a ser infiel, podendo exibir mau humor e hostilidade.

Durante as etapas mais avançadas da doença, os pacientes começam a perder a capacidade para controlar as suas funções motoras. Podem ter dificuldades para reconhecer os seus familiares e a capacidade para falar.

À medida que a doença avança, começam a ver afectadas as emoções e o seu comportamento altera-se. A maioria das pessoas com a doença de Alzheimer, eventualmente, manifesta sintomas de agressividade, agitação, depressão e delírio.