Ética e doença de Alzheimer

O envelhecimento individual esteve presente em todas as épocas do desenvolvimento social, como tema de interesse para a filosofia, a arte e a medicina de todas as épocas.

No entanto, na sociedade moderna, no início do século XXI, assiste-se a uma situação singular; as pessoas ultrapassam as barreiras cronológicas que o homem fixou como etapa de velhice, o que converte o envelhecimento populacional em, talvez, um dos desafios mais importantes para as sociedades modernas.

De maneira que a importância alcançada por este sector da população exige um compromisso moral cada vez maior dos profissionais de saúde e em particular do enfermeiro.

Realizou-se uma revisão bibliográfica para destacar os princípios éticos que norteiam o trabalho do enfermeiro gerontológico. Este estudo efectuou-se no período compreendido de Janeiro a Julho de 2001, no qual se reviu literatura actualizada a nível internacional, com especial incidência dos Estados Unidos.

Foram similares os princípios éticos da Enfermagem, da Instituição, do Centro de Dia, relacionados com a atenção devida aos mais velhos com a demência de Alzheimer.

Estes resultados mostram que o processo de envelhecimento precisa de ajuda e que o enfermeiro se deve caracterizar pelo seu humanismo, sendo fiel cumpridor dos princípios éticos que sustentam a prática da Enfermagem.

O envelhecimento, o processo normal de mudanças relacionadas com o passar do tempo, inicia-se com o nascimento e continua ao longo da vida. A velhice é a sua fase final.

A definição de velhice varia segundo o marco de referência que se empregue. Os filhos consideram velhos os seus progenitores com trinta anos, e para os pais estes são ainda jovens. A pessoa activa e saudável com 65 anos pode julgar que a sua velhice se inicia aos 75 anos.

O envelhecimento é um fenómeno universal endógeno, que compreende uma redução da capacidade funcional e o aumento da morbilidade e a mortalidade.

A estimação social do velho foi mudando ao longo da história. Não houve um modo único de comportamento para com o Velho (este termo é empregue com o máximo respeito e carinho). As atitudes ante a velhice estão socialmente condicionadas e só são inteligíveis dentro da própria estrutura social.

Etimologicamente, o termo Gerontologia provém do grego geron (velho) e logos (estudo), portanto, é a ciência que estuda o envelhecimento em todos os seus aspectos. Parece que o termo Gerontocracia, com o qual se descrevia na Grécia Antiga o governo controlado pelos anciãos possa ter sido o percursor.

Os espartanos capitalizavam a experiência dos velhos; os gerontes eram os membros dum conselho de 28 homens que ultrapassavam os 60 anos e que controlavam o governo da Cidade/Estado.

E Freeman, na sua obra “O Envelhecimento, sua História e Literatura”, descreve nove períodos no conhecimento científico da velhice durante os cinco mil anos que nos antecederam e mostra como a preocupação pela morte precede a preocupação pelo envelhecimento.