Morosidade

Dentro do verdadeiro naturismo, leva sete anos a modificar todos os elementos celulares, mas, logo no princípio, sentem-se melhoras notáveis.

Não é de mais persistir: “A terapêutica naturista é a única verdadeira, a única útil”, diz Bouchard.

Toda a arte do médico fisiatra se cifra em procurar favorecer a acção dos órgãos eliminadores e evacuadores.

Na medicina clássica, os seus defensores, ao abeirarem-se dum doente procuram geralmente evacuações por meio de purgas com o fim de desintoxicar.

O médico naturista não usa remédio algum químico ou orgânico; emprega banhos, massagens, dietas, e todos os procedimentos que julga convenientes para activar a acção da pele e de todas as mucosas, dos rins, dos pulmões, dos intestinos, assim como de todas as glândulas.

Para melhor concretizar estas ideias, imagine-se um doente com febre. Em vez de ser considerada um mal, a febre é uma reacção que é preciso auxiliar, e não estrangular. Todo o processo febril é eminentemente útil.

O doente febril tem sede. Deve dar-se-lhe água com sumo de fruto ácido (limão, laranja, tomate, ananás).

A água deve ser da chuva, destilada, filtrada ou fervida, e bebida aos goles. Eis a dieta lógica: água ou fruta de sumo.

A água ajuda a findar as combustões, solubilizando os materiais que se decompõem dentro do organismo.

Os frutos acídulos modificam as secreções e tornam asséptico o conteúdo do tubo digestivo. Mais uma vez se observa quanto é ilógica a dieta clássica do afamado caldo de carne – onde todos os micróbios proliferam à vontade, enquanto no suco dos frutos ácidos nenhum microrganismo vive.

Quando não haja frutos, a decoação de cereais, tubérculos ou legumes é proveitosa.

A água de cevada, de trigo, e de centeio eram os líquidos recomendados por Hipócrates para os doentes periclitantes.

Além desta alimentação simples, o doente febril deve usar compressas sobre o ventre para activar os intestinos e os rins.

Estas compressas, que são a base da hidroterapia passiva, fazem-se molhando toalhas, as quais se aplicam sobre o corpo, contidas por invólucros de flanela, e se renovam de hora a hora.

Com esta singela terapêutica, a doença febril, tende a desaparecer em, breves dias.
O naturismo nas doenças agudas é soberano. Nas doenças crónicas a normalização leva muito tempo, e depende da resistência individual, do meio em que se vive, da forma como se activa a nutrição e de mil particularidades concernentes a cada doente em especial.