O alcoolismo

O alcoolismo é talvez o maior dos vícios do homem, porque o perverte com aparências risonhas e falazes, com a enganosa miragem do prazer e do gozo. Cada golo de bebida proibida pela razão e pela ciência, é como que o rastilho de pensamentos mórbidos.

O álcool provoca maior ou menor embriaguez a quem o ingere; seja no copo de vinho ou no cálice do licor perfumado.

Tanto importa que seja rubro ou opalino, roxo como as violetas ou cor de ouro, o álcool é uma bebida fatal pelos destroços que causa em quem o toma, e é companheiro inseparável dos despojos animais com que o homem se banqueteia e do café ou do chá, ou do chocolate que se serve.

O café e estes pérfidos irmãos formam um triunvirato que, comparado com o álcool e com as carnes, servem para deturpar, pelos excitantes que contêm, tudo quanto o homem possui de mais valioso – o cérebro – órgão que dirige todas as nossas acções e produz todos os nossos pensamentos.

Estes cinco falsos alimentos do homem moderno são a causa de todas as doenças. E, precisamente agora, estão na nossa frente as declarações do célebre Dr. Duncan Bulkley, que foi director do Hospital de cancerosos de Nova Iorque, que vêem confirmar plenamente esta asserção.

Declarava o insigne médico que o cancro, o monstro terrível que ataca cada vez mais todas as classes, é provocado pelo uso desses cinco companheiros infernais, devendo juntar-se-lhes o fumo e todos os remédios químicos ou soros e vacinas com que os homens se envenenam uns aos outros.

O cancro é a última expressão da anormalidade metabólica do organismo.

É um processo destrutivo que, quando aparece flagrante, já há muito que se tem iniciado no sangue, pelo teor diverso dos elementos que o constituem. Pois se o cancro é derivado do artifício da alimentação – compreende-se bem que só a reforma alimentar poderá entravar o mal, quando ainda for possível.

Isto quanto ao cancro. Quanto às outras doenças pode dizer-se o mesmo.

Que é a tuberculose senão um vício da evolução das células, que alveja uma parte do corpo, os pulmões, a pele, os ossos…?

Há um bacilo, sim, mas também há um terreno propício para ele se desenvolver. Reorganize-se o terreno ou modifique-se no limite do possível, e essa temerosa “tísica”, derivada em grande parte também do mau ar respirado e dos excessos sexuais em que a humanidade requinta, tenderá a ser vencida.

Todas as doenças agudas ou crónicas podem ser curadas ou pelo menos atenuados os seus sintomas, pelo uso da trofoterapia conjugada com os demais adjuvantes da cura natural.

Haverá, porém, alimentos mais próprios para vencer esta ou aquela enfermidade.

Suponhamos que é necessário vencer o artritismo, uma das diáteses mórbidas mais em voga.

Caracteriza esta enfermidade uma certa quantidade de ácido úrico que aparece na urina, além de vários sintomas de dispepsia, de hepatismo, de intercolismo, de nervosismo… Mas o ácido úrico é sempre constante nesta modalidade doentia.