O eugenismo

É indispensável à perpetuação dum escol. É evidente que a humanidade deve reproduzir os seus melhores elementos.

Contudo, nas nações mais civilizadas a reprodução diminui e dá indivíduos considerados inferiores.

As mulheres deterioram-se voluntariamente devido ao álcool e ao tabaco.

Submetem-se a um regime alimentar perigoso, a fim de realizarem um alongamento convencional das suas linhas.

Além disso, recusam-se a ter filhos, devido à sua educação, ao feminismo, a um egoísmo mal compreendido, assim como às condições económicas, à instabilidade no casamento e no trabalho, ao seu desequilíbrio nervoso, e ao fardo que constitui para os pais a fraqueza e a corrupção precoce dos filhos.

As mulheres das famílias mais antigas, que seriam as mais aptas a ter filhos de boa qualidade, e para os educar inteligentemente, são quase estéreis.

São as recém vindas, aldeãs e proletárias dos países mais primitivos da Europa, que geram famílias numerosas.

Mas os seus descendentes não têm o valor dos antigos. Não é possível esperar um aumento de natalidade entre os elementos mais nobres das nações, sem que se tenha dado uma revolução profunda nos hábitos da vida e do pensamento, e sem que um novo ideal se eleve acima do horizonte.

O eugenismo pode exercer grande influência no destino dos humanos mais civilizados.

Na verdade, a reprodução dos seres humanos nunca poderá ser regulada como a dos animais. Contudo, há-de tornar-se possível impedir a propagação dos loucos e dos idiotas que se mascaram de normais.

E talvez fosse também necessário impor aos candidatos ao casamento um exame médico, como se faz para muitos empregos.

Mas os exames médicos dão apenas a ilusão da segurança. Vemos o que valem ao ler os pensamentos contraditórios dos peritos perante os tribunais.

Parece, portanto, que o eugenismo, para ser útil, deve ser voluntário.

Por meio duma educação apropriada, poder-se-ia fazer compreender aos jovens a que infelicidade se expõem casando-se com pessoas onde existem certas e determinadas doenças familiares.

Semelhantes famílias deveriam ser consideradas por eles quase tão indesejáveis como as “pobres”. Porque eles são ricos.

De facto, são mais perigosas do que as dos ladrões e as dos assassinos. Nenhum criminoso causa tão grande infelicidade como a introdução de tendência para a loucura, mesmo se apenas manifestada por megalomania.