Outras causas de demência

Os hematomas subdurais ou hemorragias entre a superfície do cérebro e a sua capa exterior (a dura), podem causar sintomas parecidos com a demência e alterações na função cerebral.

O envenenamento, por exemplo a exposição ao chumbo, outros metais pesados ou outras substâncias tóxicas, pode produzir sintomas de demência. É possível que estes sintomas desapareçam com tratamento, dependendo de quão gravemente foi danificado o cérebro.

As pessoas que abusaram de substâncias como o álcool e as drogas controladas, por vezes demonstram sinais de demência, mesmo depois de terem deixado de abusar dessas substâncias. Esta condição é conhecida como demência persistente induzida por uma substância.

Os tumores cerebrais, nalguns casos pouco comuns, as pessoas podem desenvolver uma demência devida à danificação cerebral. Os sintomas incluem alterações da personalidade, episódios psicóticos, ou problemas da fala, da linguagem, pensamento e memória.

A anoxia e um termo relacionado, a hipoxia; muitas vezes usam-se de maneira a descobrir um estado no qual há uma administração diminuída de oxigénio às células dum órgão. A anoxia pode ser causada por muitos problemas diferentes, incluindo um ataque cardíaco, cirurgia ao coração, a asma severa, a inalação de fumo ou monóxido de carbono, a exposição a grandes alturas geográficas, a estrangulação ou uma sobredose de anestesia.

Em casos graves de anoxia, o paciente pode permanecer em estupor ou em estado de coma por períodos que vão desde horas a dias, semanas ou meses. À medida que o paciente vai recuperando, podem manifestar-se várias anomalias psicológicas e neurológicas, como a demência e a psicose. A pessoa também pode apresentar confusão, alterações da personalidade, alucinações e perda de memória.

Os problemas do coração e dos pulmões; o cérebro necessita de altos níveis de oxigénio para realizar as suas funções normais. Portanto, transtornos como a doença crónica dos pulmões ou problemas do coração, que impedem que o cérebro receba o nível de oxigénio adequado, podem conduzir a uma desnutrição das células cerebrais, causando sintomas de demência.

Não são demência, por exemplo, a deterioração cognitiva relacionada com a idade, porque à medida que as pessoas envelhecem, começam a processar a informação de maneira mais lenta e a ter uma ligeira deterioração da memória. Além disso, o volume dos seus cérebros diminui frequentemente, e algumas células nervosas, ou neurónios, perdem-se. Estas alterações, chamadas deterioração cognitiva relacionada com a idade, fazem parte do envelhecimento normal e não se consideram sinais de demência.

A deterioração cognitiva ligeira, desenvolvida por algumas pessoas, que não é suficientemente severa para receber um diagnóstico de demência, mas que é mais pronunciada que as alterações cognitivas associadas ao envelhecimento normal: a esta condição chama-se deterioração cognitiva ligeira. Embora muitas pessoas desenvolvam a demência mais tarde, algumas não. Muitos investigadores estudam a deterioração cognitiva ligeira para poderem encontrar maneiras de a tratar, ou para prevenir que se converta numa demência. A depressão torna, frequentemente, as pessoas passivas e indiferentes, podendo dar a impressão de lentidão, de se esquecerem ou de estarem confusas. Há outros problemas emocionais que também podem causar sintomas que se assemelhem à demência.

O delírio caracteriza-se pela confusão e um estado mental que se altera constante e subitamente. A pessoa pode estar desorientada, sonolenta e incoerente e manifestar alterações da personalidade. O delírio, geralmente é causado por doenças físicas ou psíquicas tratáveis, como o envenenamento ou infecções. Os pacientes com delírio, muitas vezes, embora não sempre, conseguem recuperar por completo depois de a sua doença subjacente ser tratada.